sábado, 12 de março de 2011

Os cachorros também sonham

06 a 12.03.2011

A última mini crônica explorou que a alegria está ao nosso redor, em pequenas coisas que a gente só precisa ter um pouco mais de atenção para enxergar. Assim como enxergar as desigualdades e a violência também.

Notícias sobre as ações que estão sendo realizadas por pessoas e entidades protetoras dos animais expressam isso. Pessoas que têm sensibilidade à causa dos indefesos, que, por vezes, são os melhores - e únicos - amigos do homem e que, certamente, deveriam ser criados para fazer o bem e não sem o mínimo respeito.

No triste episódio das enchentes dos morros cariocas, viu-se a linda manifestação, espontânea, de grupos de apoio e de pessoas descomprometidas com a causa, mas intensamente respeitosas à dor das pessoas e daqueles com as quais elas conviviam também: seus animais de estimação. Feiras de adoção foram realizadas para os animais sobreviventes.

Os animais têm uma intensa relação com aqueles com os quais eles convivem, e, geralmente, numa casa escolhem o seu dono predileto, aquele com o qual ele sempre procura o carinho, a brincadeira, a proteção. Esse laço é tão forte que os sentimentos dos animais afloram e são perfeitamente perceptíveis. Quem nunca percebeu e até expressou, mesmo que intimamente: ele falou com os olhos, parece que gostou de mim!

O sentimento de um animal é similar ao sentimento do homem, e com mais pureza. Leonardo Boff, em recente artigo, sob o título "A poetisa, a mística e a gata", expressa o sentimento da gatinha Arcibalda por Adriana Zarri, citando que no funeral da teóloga, uma amiga da escritora ao aproximar o animal do corpo da poetisa percebeu que a gatinha "parecia que lacrimejava".


Aquele que passa ou passou por uma grande perda, parece que é jogado abruptamente nesse campo de percepções. E começa a entender porque algumas pessoas, no dia a dia, são tão devotas aos animais.

Mesmo que saibamos a grande necessidade que há no mundo, tantas pessoas passando fome inclusive, quem tem sentimentos pela humanidade, de uma forma coletiva, não pode ficar inerte, insensível, diante dos animais, também.

Dias atrás, ouvindo um barulho estranho, atrapalhando o sono, que há meses já não é muito bom, silenciosamente pude observar, num acordar esquisito, a Nina, a York Shire da Carol, em movimentos que pareciam demonstrar que ela estava sonhando. Era como se brincasse com alguém. A ideia que chegou foi que brincava com a Carol.

Essa ideia, que trouxe intensa emoção, permaneceu, porque ao buscar na internet alguma informação, uma grande surpresa: os cachorros também sonham! São coisas assim, pequeninas, que nos deixa muito alegre.

Alci de Jesus

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