quarta-feira, 2 de março de 2011

Humanidade: isto nos faz sensíveis

14 a 19.02.2011
Nestas semanas o que mais tem chamado a atenção é o carinho e a fraternidade das pessoas. É impressionante como o ser humano tem a capacidade de ter empatia com situações que trazem angústia, dificuldades ou perdas ao outro. A sensibilidade se dá em muitos graus, a gente sabe, mas não há quem não tenha se emocionado e se fragilizado com os acontecimentos das enchentes motivadas pelas chuvas que afligiram milhares de pessoas, ou, então, com alguma tragédia de uma família estampada nas manchetes do jornal.
A comoção é maior quando são atingidos bebês, crianças e adolescentes. Parece que uma sensação de estar na pele de quem está sofrendo é imediata, e a mente comanda o coração e o corpo para expressarem sua dor, por vezes, em calafrio, arrepio, taquicardia, vazio no estômago e choro.
O choro é a expressão, talvez, mais visível do sentimento, e é contagioso. É difícil segurar a emoção quando você vê uma mãe ou um pai chorando, profundamente, às vezes, tentando segurar o choro pela morte de uma filha querida. Também é difícil conter as lágrimas quando você vê um amigo consternado, apresentando os pêsames chorando ou visivelmente abalado. Mesmo vivenciando muita dor pela perda de uma filha querida, você tem empatia pela dor do amigo que chora.
É um momento forte, que passa tanta energia ao ponto de, por incrível que possa parecer para qualquer um, ter um pouco de alegria; alegria por saber que alguém amou, mesmo que de forma indireta, o ente querido ausente agora desta terra. Por isso não é estranho chegar aos ouvidos de quem está sofrendo, que fulano mandou um grande abraço ou que beltrano desejou o amparo espiritual etc. Mesmo que não se conheça fulano ou beltrano.
Às vezes, basta um olhar, um aceno, não falar. Tem gente que fica tão tocado que, apesar de ser muito amigo, parece não ter coragem de enfrentar a dor do outro, porque sabe do infinito amor que o mesmo tinha por quem já não convive mais neste mundo e lhe é muito caro. Tudo isso se resume numa palavra: humanidade. Humanidade que nos faz sensíveis ao amor e à solidariedade e que nos dá a possibilidade de ter saudade de quem nós nunca deixaremos de amar.
Alci de Jesus

4 comentários:

  1. às vezes, infelizmente, só se expressa esse sentimento quando ocorre um fato que causa grande comoção, embora o ser humana seja extremamente sensível, pelo menos, pela sua natureza, deveria ser. Mas, como bem está enfatizado na crônica, o que importa mesmo é saber que as pessoas se movem pela dor dos outros, seja em qual for a circunstância. Isso é bom e demonstra o quanto vale a humanidade, apesar de todo o processo de degeneração que o sistema tenta impor, ou até impõe.

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  2. Uma grande pessoa humana, amigo de longa data, espírita, assim como um padre em um sermão outro dia, lançou uma frase que a ajusto para o contexto que diria: a gente só se volta para a essência do humano ou pela dor ou pela alegria.

    Combater esse processo de degeneração, de robotização da humanidade é uma tarefa coletiva que a gente fica muito mais sensível, de fato, quando passa por uma grande comoção, como você fala.

    Mas, a gente sabe que, felizmente, existem milhares de almas boas, espalhadas por esse mundão, que só procuram o bem.

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  3. hoje tive uma decepção enorme com alguém da minha família! pensei então lendo a crônica sobre amor aos animais que eles são nossos amigos incondicionais! meu cachorro manifesta uma felicidade imensa todo dia que eu chego em casa, como se há muito não me visse! não importa que tipo de carinho eu retribua, ele não espera nada em troca, só ama incondicional! tem bicho que parece gente, tem gente que parece bicho!
    valeu alci!

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  4. É, Maria Teresa, tem uma frase em que se diz: "quanto mais conheço os homens, mais gosto dos animais". Uma grande amiga uma vez disse: "O bicho homem não tem jeito". Um colega de trabalho comentou recentemente: "Poxa, parece que nós só conseguimos nos mostrar como família, quando é nos aniversariantes do mês". Porém, no dia a dia, a gente tem exemplos marcantes que nos fazem imaginar uma outra situação. E com relação aos animais, o que é mais interessante é a sinceridade dos bichos. Se gosta de você, gosta. Se não gosta, não gosta. Abraço,

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