segunda-feira, 25 de julho de 2011

Arte que encanta ou conhecimento desencantado?

Semana: 17 a 23.07.2011


A postagem “A metafísica como arte do conceito”, do amigo Bulcão, no blog “A arte do conceito”, chama atenção por várias questões. Uma delas, mais por uma percepção descontextualizada e fruto de desconhecimento filosófico do que qualquer outra coisa é sobre a análise do pensamento artístico de Nietsche quanto à preferência, artisticamente falando, da “arte que encanta” frente ao “conhecimento desencantado”.

Independentemente do que um ensaio pode querer analisar (criticar) em profundidade uma questão, o simples fato do mesmo ter provocado uma que seja revelação, ter despertado alguma reflexão, já basta. E isso independentemente de gostar ou não do pensamento de Nietsche ou de quem/questão esteja sendo retratado/discutida.

É isso mesmo, se alguma frase no texto conseguiu sensibilizar ainda mais a atenção do leitor e o fez mais cativo da leitura, levando-o a procurar outros conceitos, via outras postagens ou o próprio dicionário, já cumpriu a sua missão, e em certo sentido já é uma arte.

Poder-se-ia dizer que ao produzir alguma mudança, nem que seja pra sair da cadeira e dar uma olhada no céu e observar as várias faces que vão se transformando nas nuvens já é alguma coisa.

Ainda mais no mundo atual, globalizado, cheio de mídias, atrativos vários, multiplicidade de opções, pensamentos cada vez mais multifuncionais, superficiais etc.

Mas também repleto de tantos e tão diversos espaços que qualquer pessoa, ou melhor, toda e qualquer pessoa pode encontrar também o seu.

Por isso que não importa se para centenas aquilo que se expõe pode ser um “conhecimento desencantado”, se na interpretação de talvez milhares seja “arte que encanta”. E assim, vice-versa.

Ora, não é mister de quem em algum momento é apenas observador e que disso não quer passar, se expor ou exigir-se com vontades metafísicas; querer conhecer as causas primárias e os princípios elementares ou mesmo se ater, lógica e racionalmente aos conceitos.

Alguns há que se declaram, totalmente, ecléticos e, decisivamente, metamórficos.

No mais talvez o que lhe baste seja perseguir o provérbio, plantando uma árvore, procriando e escrevendo um livro.

Se isso já é muito ou pouco, se nos remete a procurar olhar as coisas de modo diferente, a quem cabe responder senão a cada um de nós mesmos, na medida de nossa inquietação ou insatisfação?

Sentido da vida? Arte que encanta ou conhecimento desencantado?

Nenhum comentário:

Postar um comentário