domingo, 10 de julho de 2011

Dê um abraço amigo em seu pai (1)

Semana: 10 a 16.07.2011

Vendo aqueles senhores idosos no supermercado, conversando alegremente, com seus grandes bigodes brancos, os cabelos já um pouco ralos não dá pra não pensar nos pais.
Lembrar dos pais pode ser bom ou não, depende do que cada um tem para lembrar; mas em sua maioria o pai sempre é uma figura importante na família ou na relação, por isso dá prazer recordar.

O pai como aquela pessoa que sempre esteve próxima e fez parte do processo de crescimento dos filhos.

E estar próximo não quer dizer exatamente do jeito que a gente queria enquanto filhos, mas como alguém que, do seu jeito, se fez presente e referência em grande parte do tempo; de alguém que você sabia estava ali, no caso de alguma necessidade.

Como alguém que tentou, no seu máximo, de acordo com as suas compreensões fazer o papel de pai e que nutre/nutriu um sentimento de amor por tê-lo como filho.

Quando o filho cresce e mais ainda quando já é pai, percebe uma mudança na visão que tinha sobre o avô de sua filha; parece que o pai é alguém que, realmente, tem mais experiência e onde sempre é possível encontrar abrigo.

A gente sabe que existem relações conturbadas e desconexas entre pais e filhos, mas quem tem/teve um pai que, minimamente, tentou construir uma relação sincera com seu filho colheu amizade, respeito.

Talvez, por isso damos tanto valor quando vemos um filho oferecer um beijo ao pai na porta da escola ou quando, naturalmente, lhe pede uma benção ou, então, derrama uma lágrima ao se despedir, pois mora distante.

Esse sentimento que é percebido por tantos filhos e que toca tão fundo é fruto das lembranças, dos momentos vividos, experimentados; daquilo que foi bom ou não compreendido, mas que hoje, quando você já adulto, tem um grande significado, porque, às vezes, não é mais possível ou, então, foi desconstruído.

Até mesmo as lembranças das coisas que o pai fazia e que os filhos não gostavam são tratadas como brincadeira nas reuniões da família: o assobio quando vinha chegando pra dizer que todo mundo devia estar dentro de casa; o olhar carrancudo e a conversa dura quando alguém fazia alguma besteirinha; as lapadas de cinto pra quem fizesse uma coisa errada.

Tudo é gostoso recordar e melhor ainda quando o pai, ouvindo as histórias, olhando as suas crias, meio besta, água nos olhos, com sorriso de Mona Lisa, parece ver um filme de tudo que viveu e lhe proporcionou alegrias ou tristezas.

A gente sabe que têm “pais” que não valem um cibazol, e certamente essa crônica não é para eles.

Mas, quando há sentimento por um Pai, parte de uma crônica famosa mexe muito e faz a gente pensar: “Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez”.

O provérbio “como tratares teus pais, assim serás tratado por teus filhos” também parece ser uma boa referência.

Por isso, independentemente se ele está ou não vivo (lembre e em mente faça da mesma forma), abra um sorriso, e dê um grande abraço amigo em seu pai

2 comentários:

  1. Ainda ontem, 10/07, passei por duas situações que remetem a esta crônica - uma como pai, outra como filho:

    a) Meu filho (de 3 anos!): - Pai, não quero comer, pois se eu crescer vc ficará velho e vai morrer... Eu quero ser pra sempre pequeno, pra demorar de chegar a hora de vc ir...

    b) Eu (via MSN, tímido e econômico ao tentar expressar meu afeto): Pai, tô longe há anos, mas quero te dar feliz aniversário...

    c) Meu Pai (fechando o ciclo): Desejo a vc que alcance e passe a marca de minha idade e das minhas conquistas... Trabalhamos e ficamos longe, mas a vida é assim...

    Desculpe o comentário longo, mas a crônica desta semana tocou muito fundo! E a lágrima é de felicidade por poder ler e refletir sobre tudo isso! Obrigado!

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  2. Grande Kleber, jovem Kleber,
    Obrigado por seu comentário, continue participando. Estamos aguardando uma crônica sua. Gostei muito de todas as referências. Não poderia ser diferente, pela sua sensibilidade e também do seu filho e do seu pai.
    Quem sabe vc não pode escrever alguma coisa sobre os waiampi.

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