domingo, 12 de junho de 2011

Mensagens subliminares ou presentes?

Dia dos Namorados: 12 de Junho de 2011

Geralmente, na semana do dia dos namorados, tem sempre alguém dizendo: “Isso é coisa do mercado, do consumismo, do capitalismo; dia dos namorados é todo dia”. E quem assim fala acredita que faz de todo dia um dia especial, mas não como o dia dos namorados tal qual é propagado hoje em dia. Quem assim diz se sente fazendo de todo dia um dia especial, porque em sua consciência pequenas ações diárias são mensagens subliminares de namoro, de amor.
Para alguns, normalmente, os que já têm algum caminho juntos, essas ações diárias envolvem acordar mais cedo e preparar o café da manhã, no dia que a secretária não vem. Deixar a parceira à vontade e sempre buscar, no final de semana, as filhas quando elas precisam, independentemente se isso vai atrapalhar o jogo ou o bate-papo com os amigos. Trazer o filme, que sabe vai deixar todo mundo contente, para a sessão de sexta-feira com pipocas. Sair para o almoço em família no domingo e perder a esperada largada da corrida de fórmula 1, quando seu piloto favorito sai na pole posicion. Fazer questão de carregar as pastas e bolsas da parceira até a porta do elevador e dar um beijinho de despedida, todo dia.  
Para outros, que ainda mantém uma relação “menos séria”, as ações se traduzem em ligar quase sempre à mesma hora, ao cair da noite. Mandar uma mensagem por e-mail ou então um torpedo. Deixar uma mensagem no mural do facebook ou na comunidade do orkut. Marcar uma programação legal para o fim de semana e cumpri-la. Confeccionar cartõezinhos de votos de amor, por qualquer motivo, utilizando qualquer meio. Abrir, sempre, a porta do carro para que a parceira entre e tome assento.  
Certamente, todas as companheiras percebem essas coisas. E sabem que esse carinho representa muito para a relação a dois, mas, mesmo sabendo dos apelos não tão puros do dia dos namorados, preferem se submeter ao costume ou à imposição da mídia ou à vala comum do “Maria vai com as outras”.
Daí não tem jeito. Tem que comprar um presente, sair para um jantar romântico ou reservar um almoço especial, num lugar especial. Tem que fazer alguma coisa diferente do que acontece todo dia. Já pensou não ter o que contar às amigas quando chegar segunda-feira ao trabalho?  
E, pior, não adianta vir com aquela frase batida e que não deixa de ser verdadeira: “milha filha, eu sou o seu presente”. Não adianta dizer que não conseguiu tempo, não tem dinheiro, não sabia o que comprar. É uma exigência cristalizada na mente das mulheres (e dos homens também, por que não?), em todas as idades, em todas as classes sociais, e que se reproduz como se fosse uma erva poderosa.
Talvez a melhor forma de encarar a situação seja saber conviver com “as pressões sociais” dessas datas e se entregar ao apelo emocional, que queiramos ou não pode ser reavivado nessas ocasiões, e nos fazer muito bem.
A mensagem subliminar pode ser mais importante do que o presente, fruto do roteiro padrão do dia dos namorados. O presente pode ser importante, mas não pode significar que àquelas ações diárias não devem continuar.
Quiçá uma mensagem pelo celular com a frase “feliz dia dos namorados, beijos” possa, no dia seguinte, re-significada, se tornar “te amo, beijos”. E o melhor, vir com um gostoso, e molhado, beijo na boca.
Que esse dia dos namorados possa transformar as mensagens subliminares em poderosas ações explícitas de amor re-significado, na forma e no tempo que cada dois souberem conquistar. Certamente, será muito mais do que presentes.
Alci de Jesus

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