terça-feira, 15 de novembro de 2011

Por que o dia 14 é assim?

Tem pessoas que constroem ou construíram capacidades de se abstrairem das coisas que lhes afligem e que se mantém razoavelmente equilibradas diante das recidivas de pensamentos que poderiam lhes fazer sofrer.

Essas pessoas, geralmente, são mais vocacionadas ao sucesso, a terem vida mais longa, a alcançarem a felicidade.

Explico melhor dando como exemplo os resultados da nossa seleção feminina de volei, que perdeu este final de semana para o Japão. Os comentaristas apontavam como principal causa o aspecto psicológico e o fato de que as jogadoras carregavam demais no peso que estavam dando às derrotas, aos erros frequentes, à falta de "encaixar" do time, enfim, ao que já havia passado. Elas não conseguiam deixar de lembrar daquilo que as levou aos sofrimentos anteriores e por isso não conseguiam ter a condição para avançar para um momento melhor.

Isso é muito fácil ver, especialmente, nos esportes tanto nos coletivos quanto nos individuais, como no tênis. No tênis isso é mais fácil de enxergar ainda. Quantas vezes não vi o Roger Federer, o maior jogador de todos os tempos, de repente, ser envolvido por uma paralise e perder um jogo quase ganho. Talvez, naquele momento, ele tenha lembrado algo que o fez sofrer, desconcentrar e perder o foco, e daí à derrota é uma ponte sem volta.

Se isso acontece com esportistas, "máquinas" treinadas para vencer e superar dificuldades por que não aconteceria com "seres normais" que apenas vivem a vida? Ora, acontece e muito, mas também há os que por mecanismos internos são mais capazes, talvez geneticamente, de superar os velhos "downs".

Talvez, há poucos anos me sentisse assim. Hoje, não sou um desses. No passado, não vou dizer que algumas vezes não vinha uma resposta: "estou meio down, meio pra baixo, não vou sair, não!". Agora, além dos momentos de baixa estima pontuais tem aqueles regulares, com dia marcado.

É assim, todo mês, quando se aproxima o dia quatorze. É como se esse dia carregasse uma nuvem de sofrimento, de lembranças sofridas, de dor. E essa nuvem fizesse chover em cima de mim. É como se a data, demarcadora de uma grande tristeza, se revelasse como um raio espetacular e o mais forte dos trovões e se mantivesse mais consistente durante essas 24 horas.

De forma diferente que as meninas do volei do Brasil ou o suíço Roger Federar reagem aos seus "downs", é necessário também encontrar um caminho para superar o "estigma 14". E isso, aos poucos, tem acontecido.

Parece que a primeira coisa é encarar a situação de frente, respirar fundo e ter muita paciência. Parece que é necessário não se fixar tanto os detalhes que nos fazem sofrer, preparar-se para as emoções que virão, e já sabendo como elas são, vivenciá-las.

Obviamente, que não se quer com isso ter sucesso ou vida longa, mas encontrar um pouco de paz e quiçá, de novo, um dia, felicidade.

Alci de Jesus

Um comentário:

  1. Meu tio,que Deus te abençoe e te traga muita paz,palavras de minha mãe que faço minhas também. Abraço! Arlene e junior

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